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12.06.2018

Treinamento físico na Polícia Militar e História da PMPR são temas de pesquisas de Oficial

Prata da Casa

 

O Primeiro-Tenente Rafael Gomes Sentone, aos 29 anos, 11 deles dedicados à Polícia Militar do Paraná, é um dos Oficiais que tem se especializado. Atualmente ele cursa doutorado na Universidade Federal do Paraná. Além da tese que está desenvolvendo para o doutoramento, ele também empenha as horas livres em outras duas pesquisas: A História da PMPR e o Treinamento Físico no âmbito militar. Mas, essa familiaridade com os livros e o meio acadêmico não surgiu de repente. “Eu estudei em escola militar, muitos da minha família são militares. Meu pai é Oficial da Marinha, inclusive foi meu professor, minha mãe também é professora, então cresci em meio aos livros”, diz o Tenente Sentone.

 

O Oficial também teve muito contato com o esporte. Praticou atletismo como amador e profissional, alcançando o auge nos anos de 2013 e 2014, quando participou do Campeonato Mundial Militar, na Irlanda do Norte. Mas a parte acadêmica nunca ficou de lado. Na PMPR fez o Curso de Instrutor de Educação Física, paralelamente à licenciatura e bacharelado em Educação Física. Na sequência iniciou o mestrado na UFPR, também na área, voltado a Políticas Públicas e Sociologia do Esporte de Alto Rendimento, área muito carente de pesquisas.

 

Assim que concluiu o mestrado, fez um curso no Instituto Cooper, no Texas (EUA), e um de extensão na Universidade de McGill, no Canadá. Foi instrutor na APMG e escreveu o seu primeiro livro sobre Educação Física e Treinamento na Polícia Militar, publicado em meados de 2017, Atividade Policial Militar no Brasil - Efeitos do trabalho policial após jornada de trabalho noturno em Policiais Militares do Paraná. Começou o doutorado explorando o viés sociológico do esporte, aprofundando a pesquisa desenvolvida no mestrado.

 

 

Atividade física na PMPR

 

Sobre as pesquisas em Atividade Física para a Polícia Militar, o Oficial conta com a contribuição de Cadetes que demonstram interesse na área. Um desses trabalhos foi desenvolvido recentemente, atendendo solicitação do COE/Bope, com o intuito de confirmar a eficiência do TAF que vinha sendo aplicado. “A pesquisa foi desenvolvida por um Cadete, com minha orientação. E foi tão importante que vai mudar o TAF usado pelo Batalhão de Operações Especiais. Nosso TAF está há muito tempo sem uma grande revisão. Envolve três testes: corrida de longa distância, corrida de velocidade e a avaliação de membros superiores. A pesquisa mostrou que os nossos testes avaliam aspectos necessários, mas que podem ser substituídos por testes mais eficientes que podem dar um melhor respaldo”, explica o Tenente Sentone.

 

O Oficial também detalha o pioneirismo do estudo. “Procurei uma área em que não existissem pesquisas publicadas. A PM de São Paulo e o Exército têm hoje as mais antigas escolas de educação física e eles usam o mesmo TAF que a PMPR. Acredito que ainda não realizaram pesquisas para o aperfeiçoamento. Então, é algo que podemos ser pioneiros no Brasil. Claro que é um processo longo, mas é algo que vou me empenhar para fomentar, tão logo termine o doutorado”, conclui.

 

Doutorado

 

Como o atleta chega ao alto rendimento no Brasil? Tenente Sentone pretende esclarecer a questão por meio de entrevistas a atletas olímpicos e embasado em vasto material de diversos autores contemporâneos, mas também antigos, como Pierre Bourdieu e Norbert Elias. Procura entender de onde esses atletas vêm, estruturas familiar e financeira, suas trajetórias até chegarem ao olimpismo. “Para saber exatamente como podemos investir nesses potenciais atletas e que eles cheguem cada vez mais ao nível Olímpico. É um complemento ao mestrado, que identificou que as políticas públicas são uma ferramenta importante no processo que é extremamente complexo. São teorias sociológicas aplicadas à educação física”, explica o Tenente Sentone.

 

História da Polícia Militar do Paraná

 

Outra vertente das pesquisas desenvolvidas pelo 1º Tenente Sentone é a História da PMPR. “Estou entrevistando os ex-Comandantes da Polícia Militar do Paraná com um recorte bem específico: como chegaram ao Comando-Geral, de que forma saíram, o que fizeram no período, qual a integração entre as instituições na esfera da segurança pública, e assuntos de bastidores como: encontros, reuniões e decisões”, diz o Oficial.

 

O projeto está na metade das entrevistas. Atualmente são 19 os ex-Comandantes vivos, mais a atual Comandante-Geral, Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, que também fará parte do livro. Algo nunca antes escrito, que além do livro, vai acompanhar um CD com imagens e áudios. Para o Tenente Sentone, o objetivo é deixar um legado. “Fechei parceria com ASSOFEPAR e AVM para a publicação, abrindo mão de lucros financeiros pessoais, com o intuito de promover, difundir e valorizar a história da PMPR. A ideia é lançar ainda este ano, pois nosso decano hoje tem 92 anos, Comandante-Geral de 1966. Ficarei honrado em tê-lo no lançamento”, afirma o Tenente.

 

Mais Oficiais Acadêmicos

 

A partir dos estudos sobre a Corporação, o Oficial passou a enxergar a PMPR com outros olhos. Em um dos seus artigos foi realizada uma análise para conhecer os desdobramentos decorrentes da sanção da nova LPO. “Concluí que ela (lei) estimula quem desenvolve pesquisas. Indiretamente provocou o aumento da procura pela titulação de mestres ou doutores, o que pode mudar a cultura da Instituição a médio e longo prazo. Tínhamos num passado recente três ou quatro doutores. Hoje temos nove doutorandos, o que representa um aumento de aproximadamente 200% de Oficiais com o título. Tínhamos 25 mestres, hoje mais 10 com estudos em andamento, o que eleva a qualificação dos nossos profissionais em virtude da alteração da legislação”, analisa o Tenente Sentone.

 

Mas o que muda com tudo isso? De acordo com o Oficial, “o discurso do Oficialato ficará muito mais acadêmico e científico. Deixaremos de ser basicamente técnicos, agora o discurso será baseado em ciência, o que nos respalda muito mais em nossas ações. Muda diretamente a forma com que os nossos alunos serão ensinados (CFO) e a maneira que eles sairão da APMG. Os cadetes verão oficiais com títulos, com discurso diferente e isso consequentemente deixará para esses alunos o novo exemplo e uma nova perspectiva. Os Aspirantes sairão da academia com essa nova mentalidade, nos fortalecendo enquanto Corporação”, diz.

 

Áreas de conhecimento

 

Oficialato da Polícia Militar do Paraná tem se especializado cada vez mais, com membros desenvolvendo estudos científicos em diversos campos do conhecimento, entre eles: Direito, administração, políticas públicas, áreas da saúde, educação, ciências sociais, geografia, política, engenharia civil e outras engenharias, matemática, gestão urbana, educação física, informática, entre outros.

Segundo o Tenente Sentone, é importante que num futuro próximo “a Instituição consiga aproveitar esse conhecimento para acrescentar à toda Corporação, que é um compromisso que eu tenho, o pouco que eu posso fazer, minhas pesquisas, a orientação acadêmica aos alunos, no sentido de fomentar a pesquisa e deixar esse legado”, finaliza o Primeiro-Tenente Rafael Gomes Sentone.

 

Alguns trabalhos desenvolvidos pelo Oficial, assim como o currículo completo, estão disponíveis nos links abaixo. 

 

A educação fisica como área de investigação científica

Política Pública de Valorização Educacional PMPR

Pesquisa Teste de Avaliação Física COE

Livro Atividade Policial Militar no Brasil

Currículo Acadêmico do Tenente Sentone

 

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